Ei você, fã de literatura para jovens, tenho uma pergunta a
lhe fazer.
Procurando nas caixas mais empoeiradas nas esquinas de seu
cérebro – bem lá no fundo mesmo – quantos livros únicos não contemporâneos (ou
seja, que não se focam nos problemas do dia-a-dia) desse gênero você consegue
achar? Quantos livros que não fazem parte de séries – sem continuação ou
problemas complexos demais a se resolver?
Depois de ver uma lista no blog Amount of words, onde Giu
Fernandes lista onze séries que ela ainda não terminou de ler, constatei que
estou em uma situação levemente mais desesperadora: por amar distopias e ter
recentemente “feito as pazes” com livros do gênero fantástico, mais de 60% das
minhas leituras no ano de 2012 foram partes de séries.
Talvez as editoras pressionem demais. Talvez um número
elevado de páginas assustasse os leitores mais jovens. Talvez sejam os próprios
autores que tenham preguicinha de desenvolver a história inteira em um só
volume. Não sei – as razões são infinitas.
Mas daí a não poder comprar um livro sequer sem arriscar
minhas unhas na ansiedade pela continuação (não rôo as unhas, mas vocês
entenderam a metáfora) é bem diferente.