15 janeiro 2012

O clube da luta (filme)


Como descrever “O clube da luta”? Acho que genial seria bem apropriado aqui. 
Junte meia dúzia de personagens fascinantemente estranhos e seus conflitos existências: você já teria um filme extremamente bom. A história central, contudo, vale tanto quanto aqueles que participam dela.
O personagem principal – cujo nome não é citado convenientemente – tem uma vida comum (hã, fora o fato de que ele freqüenta grupo de apoio a pessoas com doenças terminais a fim de chorar, se sentir melhor e conseguir se livrar da insônia, mas enfim) e um emprego comum até conhecer Tyler, que é, como diria minha mãe, “uma figura”: sobrevive de pequenos bicos (dentre eles: vender sabão a ricaças feito de gordura humana retiradas de clínicas de lipoaspiração; ser garçom no restaurante de um hotel, “temperando” a comida de uma forma, hm, bem especial e sendo projecionista de um cinema, trocando os rolos de filme quando os mesmos acabam e, “acidentalmente”, incluindo uma ou duas cenas de filmes pornô que duram milisegundos em filmes para crianças) e vive em uma casa caindo aos pedaços.
Depois de um incêndio em seu apartamento, o personagem sem nome vai morar com Tyler, e, depois de uma briga no estacionamento de um bar, ele percebe o quão vivo ele se sentia após brigar. Ele não era o único: vários homens se juntaram a ele e Tyler, fundando assim o Clube da Luta.
A coisa sai completamente do controle, transformando o clube da luta no ‘projeto destruição’, que, segundo Tyler, irá destruir tudo aquilo que prende e deixa as pessoas infelizes.
E, é sobre isso que achei que ‘Clube da Luta’ fosse: pessoas infelizes, cujas personalidades não se adaptam ao modelo ditado pela sociedade*. O personagem principal é o maior exemplo disso: ele tem um bom apartamento, um bom emprego e saúde, mas a infelicidade – representada sob a forma de insônia – ainda bate a sua porta. E ele, como todos os membros do Clube da Luta, encontra na dor sentida ao apanhar bastante uma maneira de fuga.


*Não gosto – na verdade odeio – usar o termo sociedade como uma instituição invisível, onipresente e controladora. Acho extremamente cretino – afinal, eu também faço parte dela. Qualquer crítica feita a sociedade é uma crítica direta feita a mim mesma e a quem me lê. Mas, infelizmente, é o único termo que se encaixa as vezes.

2 comentários:

  1. Este filme mostra basicamente a dualidade entre o "bem"- o aceitável e o "mal" o não aceitável dentro de nós, e a nossa dificultade em aceitar o nosso não aceitável...

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  2. Eu adoro este filme!
    A história surpreende de um jeito incrível.
    Brad tava lindo! Eu não sou muito fã de filmes violentos, mas há aqueles que são ótimos. Além do Clube, Psicopata Americano e os filmes do Tarantino.

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